Entenda o que realmente mudou com a Lei 14.300 até 2025 e como ela impacta seus projetos de energia solar, custos, créditos e estratégias de venda.
No dia 7 de janeiro de 2023, terminou o período de vacância da Lei 14.300, que instituiu o Marco Legal da Geração Distribuída, também conhecida como a polêmica “taxação do sol”. Desde então, o mercado passou por transformações importantes e, mesmo em 2025, muitas dúvidas ainda surgem.
A seguir, explicamos o que a lei trouxe de novo, o que de fato mudou nesses dois anos e como esses pontos impactam os negócios no setor solar.
A Lei 14.300 é uma lei federal que garante o direito de produzir a própria energia e trouxe mais estabilidade, previsibilidade e segurança jurídica ao mercado fotovoltaico brasileiro. Com ela, foram inseridos novos conceitos e regras — como custo de disponibilidade, demanda de geração, nova forma de distribuição de créditos e a tarifação da energia compensada.
Vamos entender cada um desses pontos.
A Demanda de Geração foi uma novidade da Lei 14.300 e passou a valer para consumidores do Grupo A, ou seja, aqueles atendidos em média ou alta tensão (tensão igual ou superior a 2,3kV).
Antes, a tarifa desses consumidores era baseada em dois fatores: o consumo mensal de energia e a demanda contratada (potência acordada com a concessionária, em kW). Com a nova lei, passou a ser possível contratar também uma Demanda de Geração, para quem injeta energia na rede.
Essa modalidade permite pagar valores diferentes conforme o uso da rede:
O benefício está no valor: a Demanda de Geração tem um custo menor do que a de Carga.
Para projetos com direito adquirido (instalados até 06/01/2023), a aplicação da Demanda de Geração passou a depender da revisão tarifária da distribuidora. Já projetos sem esse direito passaram a ter acesso à nova demanda a partir de 2023.
Antes da Lei 14.300, o excedente de energia — ou seja, a sobra gerada em relação ao consumo — era transformado em créditos. O consumidor precisava definir previamente porcentagens fixas para distribuir esses créditos entre suas outras unidades consumidoras.
Após a entrada em vigor da lei, surgiu uma nova opção: definir a ordem de prioridade entre as unidades que receberão os créditos.
Por exemplo: após o uso dos créditos na casa principal, o excedente pode ir primeiro para a casa de praia, e depois para a casa de campo — sem a necessidade de definir os percentuais exatos com antecedência.
Essa mudança trouxe mais flexibilidade na gestão de múltiplas unidades, facilitando o uso estratégico dos créditos, especialmente para empresas com várias filiais ou consumidores com mais de um imóvel.
O custo de disponibilidade — também chamado de taxa mínima — é a tarifa mensal cobrada pelo uso da infraestrutura da rede elétrica, mesmo quando a energia consumida é compensada com geração própria.
Antes da Lei 14.300, essa taxa era sempre cobrada, mesmo que o consumo fosse inferior ao mínimo.
Com a nova legislação, essa cobrança passou a variar:
Essa nova regra passou a beneficiar consumidores com maior consumo e penalizar os de baixa geração, reforçando a importância de um bom dimensionamento.
A Lei 14.300 também estabeleceu que, para novos sistemas (sem direito adquirido), haveria a cobrança gradual de encargos sobre a energia injetada na rede — especificamente sobre o Fio B, que representa os custos de distribuição.
Esse aumento é escalonado até 2028:
Na prática, isso significa que, em 2025, os novos consumidores já estão pagando quase metade do valor do Fio B na energia que injetam na rede.
Apesar disso, a economia com energia solar continua significativa, principalmente considerando o aumento da tarifa de energia elétrica convencional e o risco de bandeiras tarifárias.
Sim — e os dados comprovam. Mesmo com a aplicação progressiva dos encargos, a energia solar permanece como uma das melhores alternativas de economia, valorização de imóvel e independência energética.
Além disso:
“A chamada ‘taxação do sol’ não torna a energia solar menos viável do que a energia convencional. Ela continua sendo uma fonte mais limpa, mais econômica e mais estratégica”, ressalta Fabiana Salgado, Gerente de Marketing da SolarMarket.
Desde 2023, a Lei 14.300 vem sendo aplicada gradualmente no Brasil e já está moldando um mercado mais profissionalizado, competitivo e transparente.
Para os integradores solares, o cenário em 2025 exige:
Ferramentas como a plataforma SolarMarket ajudam a lidar com todas essas demandas: gerando propostas inteligentes, simulando tarifas conforme a lei e otimizando o processo de venda.
O mercado solar continua promissor. E quem se atualiza, lidera.